terça-feira, 16 de março de 2010

CIDADANIA: DA OMISSÃO À AÇÃO

CIDADANIA: DA OMISSÃO À AÇÃO

Daniela Skrowonski[1]
Mara Rúbia Bispo Orth[2]
Arnaldo Nogaro[3]


Resumo: O presente artigo é fruto de estudos e reflexões sobre cidadania com base em duas interfaces: da omissão a ação. Surge em função Programa de Extensão da URI, Departamento de Ciências Humanas, do grupo de pesquisa ética e educação, na linha de pesquisa e extensão do (DCH) da URI, “políticas públicas, currículo e educação” e insere-se no programa de “Assessoria Pedagógica e Psicológica (PEAP) originário no Curso de Pedagogia. No projeto procura-se trabalhar “educação política: educação para a cidadania em escolas de ensino médio. Tem como objetivo principal realizar educação política crítica e reflexiva com alunos de escolas de ensino médio, visando a educação para a cidadania em uma perspectiva participativa, democrática e emancipatória. As propostas de atividades da ação extensionista ocorrem com práticas didático-metodológicas de cunho participativo, integrador, dialógico e qualitativo onde as atividades propostas conduzem à percepção e apropriação dos sujeitos envolvidos para novas posturas, atitudes e comportamentos políticos de cidadania crítica.

Palavras-chave: Educação; Cidadania; Ação; Cidadão.


INTRODUÇÃO
Vivendo numa sociedade em que a educação para a cidadania é de fundamental importância para a formação de um cidadão crítico, faz-se necessário construir a autonomia na busca de possibilidades para a efetivação da cidadania igualitária, democrática e participativa. Diante disso, a intenção deste artigo é refletir sobre uma proposta que está sendo desenvolvida em escolas públicas de ensino médio, evidenciando a importância de propiciar à comunidade escolar informações imprescindíveis para sua participação na resolução de problemáticas existentes no contexto em que estão inseridos. Viabilizada mediante oficinas de reflexão, análise e discussão, a proposta explicita uma alternativa relevante para a emancipação social, sendo essa primeiramente humana.Mto bom
Explicar como será trabalhado o artigo/texto e quais autores estaremos utilizando

1 CIDADANIA E OMISSÃO Poderia também fala sobre o que é omissão e pro que as pessoas se omitem e quadno acontece a omissão
Diante da sociedade capitalista, inúmeras são as problemáticas que afetam os cidadãos, em sua maioria provocadas por desigualdades sociais, assim, afetando drasticamente a constituição de uma cidadania democrática. Nessa perspectiva, muitos são os cidadãos passivos, que nada fazem para contribuir ou melhorar determinada situação. Em sua maioria, cada um busca o que é melhor para si, seus direitos, ignorando aos demais, comprometendo assim a constituição de uma cidadania ativa, pois essa depende de todos os cidadãos, de seu comprometimento e participação para o alcance de objetivos comuns, almejando a melhoria da sociedade. “A maior parte do tempo somos politicamente passivos: indivíduos puramente privados, o que tem certo encanto, mas privados também de qualquer influência no destino da comunidade” (CANIVEZ, 1991, p. 29).
Quando se adquire a consciência cidadã, cada cidadão é responsável por fazer algo pela sociedade, de certo modo estará ajudando a governar e contribuindo em benefício de toda a comunidade, pois

[...] o cidadão que pensa os problemas políticos, independentemente de qualquer militantismo, é ativo ao participar da discussão em qualquer lugar que seja. Ao ajudar os outros a compreenderem os problemas, ele contribui para a formação de uma opinião pública que não se contenta em suportar uma política, mas que, conforme o caso, recusa-a em função de critérios definidos, ou lhe traz uma adesão ativa e contribui assim para seu êxito. (CANIVEZ, 1991, p. 156)

Não obstante, as políticas públicas, não atendem a todos os cidadãos, e a educação deve ser um meio de adquirir noções essenciais de cidadania. O cidadão deve ter conhecimento de seus deveres e direitos, deve estar atento à constituição e fazer valer as leis. Entretanto, a noção de cidadania não é tarefa somente da escola, sendo que começa desde a infância, na educação familiar, é, enfim, uma tarefa político-social.

A educação viu notavelmente ampliado o âmbito de suas competências e, o que é mais importante, deixou de ser patrimônio da escola. Realmente, um importante objetivo da educação hoje é adquirir as competências sociais necessárias para a adaptação e o êxito social. (ROMANS; PETRUS; TRILLA, 2003, p. 53)

No entanto, na sociedade em que vivemos as relações humanas estão sendo cada vez mais escassas devido à existência de múltiplas violências. Por isso, a educação é um caminho para a superação da desumanização que afeta aos cidadãos, e, é por meio de práticas planejadas e coletivas que a transformação social pode ser alcançada. Diante disso, justifica-se também a ação extensionista realizada, cujo foco central é o resgate da cidadania ativa, fazendo com que os cidadão sintam-se responsáveis pelo destino da sociedade.

2 CIDADANIA E AÇÃO explicar O que ação? Por que ação? Como exercer a cidadania?
Uma das alternativas para o resgate de uma cidadania ativa é a instrução do povo. Quanto mais instruído um cidadão, estará menos sujeito a enganos. Para esse propósito é imprescindível uma prática educativa eficiente, que esteja atenta às demandas sociais, buscando junto com os educandos possíveis soluções. Nesse exercício, para que se obtenha êxito, a participação de todos é fundamental, exercendo a democracia, analisando metodologias para se trabalhar, priorizando ações de maior urgência. Para Mercè Romans(Ano), existem possibilidades de melhorar as intervenções enquanto educador social, porém algumas dificuldades podem ser encontradas.

O exercício de uma profissão requer contínuas intervenções que diferem umas das outras devido à magnitude da operação, à especificidade da coletividade com que se trabalha, ao caráter urgente da mesma ou à importância da atuação. Essas intervenções requerem um protocolo adequado e dificilmente podem existir “receitas” que nos indiquem como atuar, aspecto que nos anuncia a dificuldade em sua execução. (ROMANS; PETRUS; TRILLA, 2003, p. 193)

Frente a isso, melhorar a atuação enquanto educador ainda requer formação continuada. O profissional deve estar preparado para mudanças sociais, estar se atualizando constantemente para fazer uso de informações recentes junto à seus educandos, que venham a contribuir para sua formação cidadã. O educador precisa ser ativo mediante à sociedade da transformação, construir novas alternativas de ensino que propiciem reflexões acerca do ser cidadão. Sua prática deve estar focada para a construção de um novo cidadão, preparado para atuar em todas as circunstâncias de modo criativo, interativo e inovador.
O cidadão necessita construir sua identidade, sua história, e isso só será possível mediante a participação na sociedade, mediante o exercer sua cidadania. Enquanto ser atuante na sociedade, o cidadão precisa ser ético e responsável em sua forma de agir e pensar, estar comprometido com seus atos e decisões, somente assim terá sua identidade reconhecida perante a sociedade. Nesse sentido, cabe à educação estar vinculada diretamente à cidadania, buscando atingir tais características do cidadão.

A luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de constituição. (BUFFA; ARROYO; NOSELLA, 1993, p. 79).

Com essa perspectiva fica claro que a ação extensionista realizada só vem a contribuir para a formação de cidadãos mais autônomos, capazes de decidir os rumos da sociedade e torná-la cada vez mais emancipatória. Assim sendo, o objetivo e fins pretendidos pela política educacional passa a ser a política social, uma política de convivência, de partilha e de solidariedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção de uma cidadania ativa depende de todos que de uma ou de outra forma realizam educação, ou seja, da sociedade no geral. Pois,
[...] o sistema escolar sozinho não obterá sucesso nessa tarefa, e sua contribuição específica ficará diminuída, ou completamente anulada, se não houver uma participação mais comprometida de todos os setores ativos da vida regional e nacional. (BERTRAND, 1999, p. 192).


A fim de atender a essa tarefa, a ação extensionista propõe que o cidadão seja sabedor de seus direitos, para assim ter condições de lutar para uma vida digna e não ser omisso ante as desigualdades. Sabendo-se que a cidadania incorpora um sujeito ativo, participante, capaz de optar entre valores considerados fundamentais para a sociedade, as atividades do projeto são um meio pelo qual se concretiza o afirmado até o momento, fazendo com que os participantes adquiram a consciência cidadã. No que se refere à instituição, a ação vem a contribuir para reflexão crítica sobre a abordagem em foco e à sistematização das articulações possíveis entre teoria-prática pedagógico-educativas.
Contudo, ainda prima-se pela continuidade da experiência desenvolvida, sendo esta sujeita a aprofundamento com novos estudos, estando aberta a intercâmbios de saberes entre as diferentes áreas.
Francesc Imbernón(Ano), vem a contribuir, quando propõe mudanças na educação, vinculada às reformas sociais

Educar para a cidadania é uma prática política que permite dispor de argumentos que nos ajudem a continuar reivindicando e lutando por uma educação diferente para um futuro melhor, tendo a consciência de que as novas reconceituações da educação devem ser acompanhadas de reformas dos sistemas sociais para que ocorram as mudanças necessárias. (2005, 2006, p. 21)


Enfim, isso mostra que a educação para a cidadania é um dos principais caminhos para mudanças significativas na sociedade, sendo assim possível a construção de ações coletivas, buscando sempre, um futuro mais digno.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTRAND, Luis Albala. Cidadania e educação: rumo a uma prática significativa. Campinas, SP: Papirus; Brasília: UNESCO, 1999.


BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel; NOSELLA, Paolo. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 4. ed. São Paulo: Cortez, 1993.


CANIVEZ, Patrice. Educar o cidadão. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1991.


IMBERNÓN, Francesc. As cidadanias como eixos fundamentais da educação. Revista Pátio, CIDADE, ESTADO, v. , n. 36, p. 20-22, nov.2005/ jan. 2006.


ROMANS, Mercê; PETRUS, Antoni; TRILLA, Jaume. Profissão: educador social. Porto Alegre: Artmed, 2003.

Dani, a princípio está mto bom – penso que vc prtecisa retomar as pesrguntas q levanto – elas estão tratadas no texto?
Na revista até 12 páginas, depôs tem o abstrat(resumo em ingles


[1]Acadêmica Bolsista de Extensão do Curso de Pedagogia, Departamento de Ciências Humanas da URI – Campus de Erechim.
[2] Professora Mestre em Educação, Coordenadora e pesquisadora do Curso de Pedagogia, Departamento de Ciências Humanas da URI – Campus de Erechim.
[3] Professor Doutor em Educação e pesquisador do Curso de Pedagogia, Departamento de Ciências Humanas da URI-Campus de Erechim.

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